sexta-feira, 24 de abril de 2015

ONDE?



Tardo é o tempo dos ternos amores,
das paixões escorridas em favos de mel,
de luar enlevando as juras perdidas
e de lua espiando do alto do céu.
Restam suspiros em quintais de saudades,
pulsares descompassados em bailados de amor,
aquarelas de augúrios cintilando vontades
pinceladas em sonhos e ultimadas sem cor.
Onde se foi esconder a noite encantada,
em seu manto de estrelas?
Onde, a indefinível paixão, a entrega, a ilusão,
que não se consegue mais vê-las?
Retretas de pirilampos ecoam solfejos de anjos,
ciciando esperas ao comando da lua.
Borboletas coreografam lembranças desordenadas,
grafitando quimeras rabiscadas na funda escuridão.
Há sinais de final de jornada,
intuindo a sábia lição da vida que segue,
levitando ao encalço do sonho,
que nunca haverá de findar.
Ariovaldo Cavarzan


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