segunda-feira, 6 de maio de 2013

VISITA DE MAMÃE


Ela chegou de mansinho, quase sem se fazer notar.
Talvez tenha viajado nas asas de alguma borboleta,
ou, quem sabe, no verde-dourado das penas de um beija-flor,
desses que flutuam ao beijar as flores que enfeitam o meu jardim.
Encontrou-me saudoso, ainda à mesa do café,
revelando-se no cheiro de açucena que se espalhou pelo ar,
e no suave arrepio que fez perpassar o meu corpo, ao se aproximar.
Mães são seres especiais, escolhidas por Deus por despenseiras
de vida e amor. São almas que embalam almas.
Acalentam abraçam, soerguem, protegem, deixam soluçar,
intentando lenir dores de desencontros, decepções, tristezas,
do muito e muito amar.
Dão força e, por vezes, até nos ensinam a chorar.
Também são como flores a enfeitar jardins de vidas,
adoradas por filhos, quais beija-flores e borboletas,
jardineiros de lidas, artesãos de esperança,
em sua busca de amor, paz e felicidade.
Era um segundo domingo de maio.
Do mesmo jeito que chegou, ela se foi,
calma, silenciosa, cheirosa, com jeito de amor,
feito brisa fresca que causa arrepio e deixa saudade.
Certamente, ao ir-se embora, pegou novamente carona
em asas de borboleta, ou em verdes-dourados
das penas de algum beija-flor.
Obrigado, mãe, por ter vindo me visitar.



B. Crespo




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