Sá menina veio buscar Passarim.
Mas Passarim num ta mais aqui.
Pode ver a gaiola de porta aberta.
Pode oiá até lá no fundo do quintá.
Passarim me disse que gosta de todo mundo.
Mas que sua hora chegou.
Num guenta mais viver só de ração.
Num da mais pra ficá na floresta dos home.
Aqui é tudo muito dolorido, acelerado.
É tudo confuso e tá quase tudo doente.
Home atropela as coisas. Não sabe o que é gratidão.
Passarim já não agüentava mais de tanta sodade.
Sodade das florestas. Das nascentes cristalinas.
Das frutinhas maduras. Tomar banho nas cachoeiras.
Das estrelas no céu, da Luz do Sol e da Luz da Lua.
Sodade de sua companheira e de seus filhinhos.
Mas Passarim disse que num vai isquecer da gente não.
Todo dia quando a aurora raiar toda preguiçosa.
A primeira canção é pra nois os home dito civilizados!
Ah! Sá menina dengosa num sabe?
Passarim num guarda mágoa de ninguém
e tem um Coração de ouro...
Texto e composição em Corel photo-paint 12: Jbconrado*
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